"Não sou responsável pelo buraco do BPN"
Defendendo-se da polémica que rodeia a sua nomeação para o Governo, por ter passado pela administração da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), detentora do BPN, Franquelim Alves disse estar de "consciência tranquila"."Sinto-me responsável por ter contribuído de forma determinante para a denuncia das fraudes e irregularidades", frisou. "Seria estranho que qualquer pessoa que tivesse passado pela SLN ficasse inibida dos seus direitos", acrescentou e deu o exemplo de Miguel Cadilhe.
O secretário de Estado - que entrou para a SLN a convite dos accionistas, em novembro de 2007 - defendeu-se também da acusação de ter omitido informações sobre as irregularidades ao Banco de Portugal (BdP). Franquelim Alves lembrou as duas cartas enviadas ao BdP a 15 de maio e 2 de junho de 2008 pela administração de Abdul Vakil como prova das denúncias que foram feitas. "Só nessa altura tivemos condições para comunicar informação segura ao Banco de Portugal", garantiu.
"O erro da omissão não cometi", disse Franquelim Alves e justificou a sua assinatura ainda nas contas de 2007 da SLN, que já revelavam irregularidades, com a decisão de "evitar o colapso de todo o grupo".
O secretário de Estado disse desconhecer o motivo que levou o governo a omitir a sua passagem pela SLN no currículo enviado à comunicação social. "Aliás, no currículo que fiz questão de entregar ao senhor ministro estava claramente expresso a referência" à SLN, garantiu Franquelim Alves .
Currículo esse que suscitou uma nova polémica por fazer referência ao começo da sua atividade profissional aos 16 anos na Ernest & Young. Neste ponto, reiterou que começou a trabalhar com essa idade porque é "orgulhosamente originário de famílias humildes".
Agradeceu o apoio que lhe foi dado pelo primeiro-ministro, ministros Adjunto e da Economia e garantiu que não quer "ser um elemento que possa perturbar uma tarefa que é patriótica". Franquelim Alves afastou, contudo, uma eventual demissão imediata do Governo, como foi exigido pelo BE.